Na linha de pensamento de que o aprendizado de adultos se
torna mais rico e efetivo quando é baseado em parábolas, eu apresento mais uma
parábola
A Parábola do Eu Não Sei
Havia um auditor, experiente e sagaz, cuja jornada o levara
por incontáveis corredores da indústria farmacêutica. Já havia liderado a
produção, zelado pelo controle da qualidade e protegido a garantia do que era
feito. Em uma de suas inspeções, ele encontrou uma cabine reluzente, onde
repousava uma máquina moderna de compressão de comprimidos — uma obra de
engenharia, repleta de painéis, luzes piscantes e botões misteriosos.
O auditor, admirando aquela maravilha tecnológica, decidiu
testar o conhecimento da operadora encarregada de sua manipulação.
— Diga-me, para que serve este botão? — perguntou, quase
como quem conversa sem intenção.
A operadora olhou, hesitou e respondeu:
— Não sei.
— E este outro? Qual a sua função?
— Também não sei.
Com um olhar curioso, ele apontou para o painel, onde uma
curva ascendente brilhava na tela.
— O que esta curva representa?
A mulher baixou o olhar, respirou fundo e, com um misto de
humildade e constrangimento, declarou:
— Doutor Carlos, eu só sei para que serve um único botão
nesta máquina. O de “liga e desliga”.
O auditor ponderou em silêncio. A máquina, que valia dezenas
de milhares de dólares, era operada por alguém que desconhecia suas capacidades
reais. Ele, mais uma vez, constatou um fato: a tecnologia, por mais avançada
que seja, pouco vale se não for acompanhada pelo conhecimento. Como um cavalo
de pura raça dado a alguém que não sabe cavalgar, como um navio entregue a quem
nunca navegou.
E assim, saiu dali não apenas com um relatório sobre
equipamentos, mas com um pensamento profundo sobre o valor do aprendizado e a
necessidade de preparar bem aqueles que são encarregados de gerar produtos
seguros, a um baixo custo e riquezas para as empresas.
*** *** ***
Essa parábola transmite uma mensagem poderosa sobre a
relação entre tecnologia e conhecimento. A máquina moderna e automatizada
representa o avanço técnico, a capacidade de produção e a sofisticação da
engenharia farmacêutica. No entanto, ela se torna quase inútil quando operada
por alguém que desconhece sua funcionalidade completa. Esse contraste ressalta
uma verdade fundamental: o progresso tecnológico só tem valor real quando
acompanhado da capacitação humana.
O auditor, experiente e perspicaz, age como um símbolo da
necessidade de questionamento e vigilância. Sua abordagem displicente não é
apenas um teste casual, mas um método para revelar uma falha crítica: uma máquina
caríssima, capaz de transformar matéria-prima em medicamentos que salvam vidas,
está nas mãos de alguém que só conhece seu funcionamento básico. Isso levanta
uma preocupação profunda sobre treinamento, qualificação e responsabilidade na
indústria farmacêutica.
No final, a parábola não trata apenas da operadora ou da
máquina, mas da importância de investir no conhecimento para garantir
qualidade, eficiência e segurança na produção. Não basta ter ferramentas
poderosas; é preciso garantir que aqueles que as utilizam estejam devidamente
preparados para extrair seu máximo potencial. Isso serve de alerta para
empresas, gestores e profissionais: a tecnologia não substitui o saber, e sem
preparo adequado, até a máquina mais avançada pode ser reduzida a um simples
botão de "liga e desliga".
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