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Desejo, antes do prazer

*** No aprendizado de adultos, devemos criar o desejo, antes do prazer - Carlos Santarem.......

sexta-feira, 9 de maio de 2025

A Parábola do Eu Não Sei

 

Na linha de pensamento de que o aprendizado de adultos se torna mais rico e efetivo quando é baseado em parábolas, eu apresento mais uma parábola

A Parábola do Eu Não Sei

Havia um auditor, experiente e sagaz, cuja jornada o levara por incontáveis corredores da indústria farmacêutica. Já havia liderado a produção, zelado pelo controle da qualidade e protegido a garantia do que era feito. Em uma de suas inspeções, ele encontrou uma cabine reluzente, onde repousava uma máquina moderna de compressão de comprimidos — uma obra de engenharia, repleta de painéis, luzes piscantes e botões misteriosos.

O auditor, admirando aquela maravilha tecnológica, decidiu testar o conhecimento da operadora encarregada de sua manipulação.

— Diga-me, para que serve este botão? — perguntou, quase como quem conversa sem intenção.

A operadora olhou, hesitou e respondeu:

— Não sei.

— E este outro? Qual a sua função?

— Também não sei.

Com um olhar curioso, ele apontou para o painel, onde uma curva ascendente brilhava na tela.

— O que esta curva representa?

A mulher baixou o olhar, respirou fundo e, com um misto de humildade e constrangimento, declarou:

— Doutor Carlos, eu só sei para que serve um único botão nesta máquina. O de “liga e desliga”.

 

O auditor ponderou em silêncio. A máquina, que valia dezenas de milhares de dólares, era operada por alguém que desconhecia suas capacidades reais. Ele, mais uma vez, constatou um fato: a tecnologia, por mais avançada que seja, pouco vale se não for acompanhada pelo conhecimento. Como um cavalo de pura raça dado a alguém que não sabe cavalgar, como um navio entregue a quem nunca navegou.

E assim, saiu dali não apenas com um relatório sobre equipamentos, mas com um pensamento profundo sobre o valor do aprendizado e a necessidade de preparar bem aqueles que são encarregados de gerar produtos seguros, a um baixo custo e riquezas para as empresas.

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Essa parábola transmite uma mensagem poderosa sobre a relação entre tecnologia e conhecimento. A máquina moderna e automatizada representa o avanço técnico, a capacidade de produção e a sofisticação da engenharia farmacêutica. No entanto, ela se torna quase inútil quando operada por alguém que desconhece sua funcionalidade completa. Esse contraste ressalta uma verdade fundamental: o progresso tecnológico só tem valor real quando acompanhado da capacitação humana.

O auditor, experiente e perspicaz, age como um símbolo da necessidade de questionamento e vigilância. Sua abordagem displicente não é apenas um teste casual, mas um método para revelar uma falha crítica: uma máquina caríssima, capaz de transformar matéria-prima em medicamentos que salvam vidas, está nas mãos de alguém que só conhece seu funcionamento básico. Isso levanta uma preocupação profunda sobre treinamento, qualificação e responsabilidade na indústria farmacêutica.

No final, a parábola não trata apenas da operadora ou da máquina, mas da importância de investir no conhecimento para garantir qualidade, eficiência e segurança na produção. Não basta ter ferramentas poderosas; é preciso garantir que aqueles que as utilizam estejam devidamente preparados para extrair seu máximo potencial. Isso serve de alerta para empresas, gestores e profissionais: a tecnologia não substitui o saber, e sem preparo adequado, até a máquina mais avançada pode ser reduzida a um simples botão de "liga e desliga".


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