Já há algum tempo, o termo “integridade de dados” tomou de
assalto nossos campos cerebrais destinados às partes de preocupação, estresse e
frustrações, de uma maneira perigosa, criando possibilidades de dedicarmos, até
mesmo, nossos momentos de descanso e de higiene pessoal para elucubrarmos
respostas de boas práticas para os nossos ambientes de documentação técnica à
luz de um “novo conceito”. Se não é o seu caso, é ótimo. Quanto a mim, mais de
uma vez, a integridade de dados apareceu em meus sonhos e até enquanto eu
tomava banho, ela (a integridade da dados) aparecia.
Desmistifiquemos...
... Antes de qualquer coisa, integridade de dados, na sua
essência, é um conceito que nada tem de novo e há décadas é um dos cuidados
comuns na fabricação de medicamentos. Em outras palavras, seja qual for o
suporte de transmissão da informação – por papel, por sistemas eletrônicos ou
por quaisquer outros que a humanidade venha a inventar – sempre tivemos e
daremos atenção ao trato que nos assegurará poder contar de forma fidedigna a
história de nossos lotes.
Isso vale para qualquer suporte de transmissão da
informação!
Assim, apenas a título de estimular uma reflexão, a
dedicação com a integridade de dados vale para informações em blocos e em
formulários de papel; vale para softwares; vale também para pedra lascada (!);
vale para dados brutos apresentados em sinais de fumaça (!!); vale para imagens
armazenadas com todo carinho em fitas de vídeo cassete e planilhas eletrônicas
em disquetes. Vale para as fotos colocadas no Orkut (!!!!). Cada um desses
suportes de transmissão da informação exigirá cuidados específicos de
armazenamento, controle, gerenciamento e de resgate da informação, quando assim
for preciso.
Entre esses meios que apresentei, o da pedra lascada ainda
nos garante, muitas vezes, o resgate da plena informação. O Código de Hamurábi,
por exemplo, um conjunto de leis datado do século XVIII A.C., foi escrito em
rocha de diorito, e está hoje no Museu do Louvre para quem quiser ver e ler...
E não pode ser destruído por simples “hackers”!
No tocante aos sinais de fumaça (!!), nos defrontamos com
dados que são efêmeros. Temos aí de estabelecer procedimentos próprios no
sentido de guarda. Vale também, é claro, para aquelas benditas impressões
efêmeras com fita termolábil, que ainda sobrevivem em nosso meio dedicadas a
nos enganar e sumir com a informação algum tempo depois... Constrangedor quando
constatamos o fato em momentos de inspeções.
Atualmente são dezenas, centenas de opções de sistemas
computadorizados que se mostram como a melhor resposta em integridade de dados.
Isto sim, podemos dizer que é, de certa forma, novo. Novo, não o conceito, mas
novos podem ser os suportes que nos conduzem pelos mares da computação que
navegamos. Tenhamos cuidado com a sua segurança e com as suas obsolescências.
Vivemos tempos nos quais os suportes de transmissão mudam
com extrema rapidez e ficam obsoletos. Podemos passar por situações as quais
não nos permitam resgatar as informações exatamente porque o suporte não existe
mais. Sabe aquelas fotos lindas do Facebook? Talvez seja melhor colocá-las,
como estratégia de reserva, em paralelo, em outro suporte de transmissão
confiável... Imprimi-las (não todas, é claro), pode ser uma boa estratégia de
reserva. Daí eu entender que o suporte “papel”, para alguns casos, ainda estará
vivo e atuante, infelizmente, por algum tempo. Isto, em nome da integridade de
dados.
Originalmente publicado em 13/12/2018
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