Alguns segmentos de mercado atuam seriamente em operações de
recolhimento voluntário de mercado, quando se constata uma não conformidade em
seus produtos já disponibilizados para a venda e até mesmo já nas mãos de seus
clientes e consumidores. Quando uma empresa faz um recall voluntário, a
primeira projeção de sua imagem é de uma empresa séria em questão da qualidade.
No entanto, quando muitos recolhimentos são realizados por uma empresa, outra
projeção começa a aparecer e pode nos fazer imaginar que os cuidados com os
aspectos da qualidade deixam a desejar.
A impressão que pode marcar a reputação de empresas assim é
que o trato com as operações e com os controles de produção estão longe das
boas práticas sendo mais importante colocar o produto nas prateleiras do que
garantir sua qualidade.
Há quem diga que a frase “Até o momento não tivemos nenhuma
notificação de nossos clientes”, na verdade soa como “até o momento não
recebemos nenhuma notícia ruim causada pelo nosso produto” ou “até o momento,
se alguém morreu não veio reclamar” e por aí podemos ir com frases que escolhi,
não para brincar com um problema tão sério, nem para menosprezar o empenho das
empresas, mas para reforçar que o recall não pode ser uma prática rotineira e
assim ele está sendo em muitos segmentos. Refiro-me, principalmente, ao
segmento automobilístico, mas sabemos que não é o único.
É evidente que, em alguns casos de recolhimento, o mal que
pode causar danos ao consumidor não tinha como ser verificado na época da
produção e da venda. Temos casos assim na história recente e atual da
qualidade. Vemos isto, por exemplo, no segmento farmacêutico e o recolhimento,
depois de novos estudos realizados por especialistas, é uma chance de evitar o
mal maior.
Temos de investir nos estudos das operações nas quais nossos
produtos estão envolvidos; temos de trabalhar muito a visão do contrafactual
ainda (e não somente) na fase de desenvolvimento de produtos; temos de ter
ambientes nos quais os nossos colaboradores possam alertar sobre os possíveis
desvios sem medo de represálias de seus superiores, temos de capacitar equipes
em análise e tratamento efetivo de não conformidades, entre outras tantas
ações, antes que a próxima unidade do próximo lote chegue ao consumidor.
Em outras palavras, com todo respeito às medidas de
recolhimento, chega de recall!
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